domingo, dezembro 17, 2006

O que é preciso


É preciso ultrapassar os obstáculos,
As dúvidas, os problemas,
É preciso não pensar que o mal está
Sempre atrás da porta,
E que, quando se instala,
Já não nos deixa.

É preciso esquecer tudo o que
Nos incomoda, as pessoas,
Os problemas, as situações
Indesejáveis,
As palavras proferidas em momentos
Pouco oportunos.

É preciso eliminar tudo,
Deitar fora como algo que ocupa
Espaço,
E aceitar que já não se pode
Corrigir nada do que foi feito,
Mas que também não é preciso
Condenarmo-nos eternamente
Por o termos feito.

É preciso pensar que dias
Melhores virão,
Que tudo o que ainda não
Ficou definitivamente encerrado
Pode ser alterado a nosso favor,
E que a última atitude que podemos
Ter perante uma injustiça
É baixar os braços,
Rendermo-nos às evidências
E deixar que a realidade escape aos
Nossos planos
Sem tentarmos travar a marcha
Das desilusões.

É preciso não procurar entender
Por que é que as pessoas se traem,
Se abandonam,
Se tratam superficialmente,
Gravitam em torno de quem
Lhes interessa e depois
Desaparecem em debandada
Quando o castelo começa a ruír.

É preciso não procurar forçar os afectos
E aceitar as rupturas e os abandonos,
É preciso continuar sempre em frente
Com mais ou menos obstáculos,
Maior ou menor apoio,
Ou mesmo que seja sozinhos.

17/12/06


Uma forma de auto-reconforto depois de uma semana para esquecer

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Até que enfim, resolveste escrever!
Aliás esse poema de auto-conforto para ti, encaixa plenamente em mim!
Fica-me mesmo bem neste momento!
Obrigado pelo poema e pela mini mensagem de esperança!
Fico à espera de mais! Não páres de escrever, nunca!
M J C

17 dezembro, 2006 16:58  

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