segunda-feira, outubro 02, 2006

Rapariga Descalça (Eugénio de Andrade)


Chove. Uma rapariga desce a rua.
Os seus pés descalços são formosos.
São formosos e leves: o corpo alto
parte dali, e nunca se desprende.

A chuva em Abril tem o sabor do sol:
cada gota recente canta na folhagem,
O dia é um jogo inocente de luzes,
de crianças ou beijos, de fragatas.

Uma gaivota passa nos meus olhos.
E a rapariga - os seus formosos pés -
canta, corre, voa, é brisa, ao ver
o mar tão próximo e tão branco.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Mar Sonoro

"Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho Seres um milagre criado só para mim."
S. M. Breyner

M J C

02 outubro, 2006 15:22  

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