7º PR - Teixeira Gomes
Filho de José Libânio Gomes, um proprietário agrícola abastado e comerciante de frutas, e de Maria da Glória Teixeira, o sétimo Presidente da República Portuguesa, Manuel Teixeira Gomes, nasceu em Vila Nova de Portimão, a 26 de Maio de 1862, no período áureo da Monarquia Constitucional Cartista.
A infância é passada na terra natal, onde frequenta o Ensino Básico e é acompanhado de perto pelos pais. Porém, aos dez anos, é matriculado no Seminário de Coimbra, como era hábito acontecer com os jovens filhos de famílias abastadas, e aí conhece José Relvas, outro importante dirigente Republicano, que se notabilizou ao ter proclamado o novo Regime, em 5 de Outubro de 1910, na sacada do edifício da CML.
A infância é passada na terra natal, onde frequenta o Ensino Básico e é acompanhado de perto pelos pais. Porém, aos dez anos, é matriculado no Seminário de Coimbra, como era hábito acontecer com os jovens filhos de famílias abastadas, e aí conhece José Relvas, outro importante dirigente Republicano, que se notabilizou ao ter proclamado o novo Regime, em 5 de Outubro de 1910, na sacada do edifício da CML.
Terminados os estudos no seminário, permanece em Coimbra, e ingressa na Faculdade de Medicina, curso do qual acaba por desistir alguns anos mais tarde, contrariando a vontade da família e especialmente do pai. Muda-se então para Lisboa, onde frequenta a Biblioteca Nacional e, após ter cumprir o serviço militar, instala-se no Porto, onde conhece Sampaio Bruno, Basílio Teles, Soares dos Reis, Joaquim Coimbra e Queirós Veloso, publicando com os dois últimos o jornal de teatro «Gil Vicente», enquanto colaborava activamente com outros periódicos.
Os recursos económicos da família, permitem-no viajar com alguma frequência. Por isso, torna-se desde cedo um homem culto e conhecedor do Mundo, atento aos grandes acontecimentos sócio-políticos que marcam a actualidade do seu tempo, com especial destaque para a Revolução Francesa de 1848 e a Comuna, momentos que acompanha de perto e que lhe acentuam a já demonstrada inclinação para o Republicanismo e o Socialismo.
Com cerca de 30 anos, abandona a vida boémia que levava no Porto ao lados dos amigos, reconcilia-se com a família – com a qual rompera depois de desistir do curso de Medicina – e volta a Portimão, onde colabora activamente com o pai nos negócios.
Em 1895, depois de ter serenado definitivamente na vida pessoal e familiar, e ter casado com Belmira das Neves (de quem terá dois filhos) retoma os contactos com os amigos de Lisboa, e a sua presença torna-se assídua nos meios políticos e literários da Capital. Conhece Marcelino Mesquita, Gomes Leal e António Nobre, enquanto se aproxima cada vez mais da causa Republicana, que o levaria mais tarde a uma participação activa na cena política.
Com o derrube da Monarquia em 1910 é convidado para exercer o cargo de representante diplomático de Portugal em Londres, onde enfrenta inicialmente algumas dificuldades, essencialmente devido à rejeição das Autoridades Britânicas ao novo governo português – a qual parece ter sido acentuada pelo facto de, a família real, deposta, se encontrar a residir em Inglaterra - . Mas o seu carisma e o seu espírito cordial, rapidamente lhe permitem conquistar o apreço e a simpatia dos seus pares, sendo também essas qualidades que revela no exercício de todas as outras funções diplomáticas que lhe são entregues pelo Estado Português, até ascender à Presidência da República.
A sua eleição para a Chefia do Estado, acontece na sessão do congresso de 6 de Agosto de 1923, sendo os resultados finais anunciados apenas no final da terceira volta, depois dum escrutínio renhido, em que disputa o cargo taco a taco com outros notáveis como Bernardino Machado e Duarte Leite.
O seu mandato durou apenas dois anos (de 1923 e 1925) e foi marcado por alguns dos problemas mais prementes da Primeira República Portuguesa: a instabilidade político-governativa e a sucessão de Ministérios, a hegemonia do Parlamento e os fracos poderes do Chefe de Estado, acompanhados pela crise sócio-económica e pela debilidade das novas instituição, abaladas pelas perdas de apoios que vão somando ao longo dos 16 anos do Regime.
Face ao clima de crispação e desunião das forças republicanas e à instabilidade política, na impossibilidade ter uma intervenção activa na resolução do problema – pois que a Constituição não permitia que a Presidência da República fosse mais do que uma «Magistratura Simbólica» - Teixeira Gomes entende que não faz mais qualquer sentido permanecer no exercício de funções e decide resignar ao cargo em Dezembro de 1925.
Logo após deixar Belém, abandona Portugal e não tornaria a regressar mais em vida ao seu país.
Em Bougie (Argélia) onde se tinha instalado após abandonar a Presidência da República, desenvolve durante cerca de dez anos uma intensa actividade literária e colabora com vários periódicos portugueses. Vem a falecer em 18 de Outubro de 1941, sendo os seus restos mortais transladados para Portimão, apenas nove anos depois do enterro.
Nesta altura foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-cruz das Ordens Militares Portuguesas.
1 Comentários:
O tempo em que governou foi tão "irrequieto" como a sua própria vida!
Parece-me que aproveitou tudo o que a vida lhe proporcionou!
Terá sido feliz?
M J C
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