domingo, fevereiro 19, 2006

O Tempo (poema - Fevereiro 2006)

Este é o tempo que massacra
Os sonhos… e os sonhadores,
O tempo que revolve
As memórias e os saudosistas,
Este é o tempo que nunca pára,
Que passa, passa altivamente,
Ainda que sobre as nossas
Tentativas de o reter.

Este é o tempo que muda tudo,
Os homens, as coisas,
Os sentimentos, os valores,
Os países e até os momentos.

Este é o tempo que nunca
Volta para trás,
O tempo que caminha
Sozinho e inerte para
O abismo, para o
Momento final.

Este é o tempo de que
Se faz a história,
O tempo gravado na pedra,
Na imaginação,
Este é o tempo fossilizado,
De um pergaminho,
Este é o tempo
Que ainda vive
No coração de quem lhe resiste.

Este é o tempo mutável,
Enganador,
O tempo que passa mais
Depressa quando estamos
Felizes, e que se espreguiça,
Se crava na rocha com fúria,
Que se recusa a caminhar
Nos nossos momentos
De incerteza.

Este é o tempo que nos
Acompanha,
O tempo que marca
O nosso ritmo,
O nosso trajecto.

O tempo é a medida do Homem,
Que não o pára.
Por querer domá-lo
destrói-se,
Vence-se, despenha-se
No infinito.
E quando regressa,
Continua tão insignificante
Como no momento que partiu…
Funesta tentativa!

Este é tempo que corre,
Esta é a viagem sem
Escalas ou apeadeiros
Em que nunca se pode
Voltar para trás.

O tempo vence sempre,
De forma mais ou menos
Cruel.
O tempo
Permanece soberano
No fundo, para ensinar
O Homem a viver.

19/02/06

P. D.

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Tás péssimista, nem sempre o tempo é cruel, também faz esquecer as coisas más! M. J. C.

20 fevereiro, 2006 14:33  

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