O olhar de um Herói (poema - Fevereiro 2006)
O olhar de um herói
É sereno.
Vago, tímido, impreciso,
e indecifrável para os que
estão, como nós,
no baixo nível da vulgaridade.
O herói fotografado a preto
E branco, que morreu sozinho,
Desprezado pelo país
Ingrato que salvou da opressão,
Olha-nos tranquilamente,
Sem mágoas, sem esperar
O agradecimento que já
Não pode escutar.
Olha-nos com a sua altivez
Humilde e inatingível.
E num instante,
Do limiar da sua fotografia
A preto e branco,
Varre toda eternidade.
O herói discreto,
Que nunca quis protagonismo,
Deixa as luzes da ribalta
Para os que não as acenderam,
Sai de cena, sem ódio,
Sem ambições.
Com a consciência
Do dever cumprido,
Desaparece nos bastidores.
O herói mediano,
Tímido, insignificante
Perante o Poder que derruba
E o que ajuda a construir.
É sempre maior que nós,
Do tamanho da História!
05/02/06
É sereno.
Vago, tímido, impreciso,
e indecifrável para os que
estão, como nós,
no baixo nível da vulgaridade.
O herói fotografado a preto
E branco, que morreu sozinho,
Desprezado pelo país
Ingrato que salvou da opressão,
Olha-nos tranquilamente,
Sem mágoas, sem esperar
O agradecimento que já
Não pode escutar.
Olha-nos com a sua altivez
Humilde e inatingível.
E num instante,
Do limiar da sua fotografia
A preto e branco,
Varre toda eternidade.
O herói discreto,
Que nunca quis protagonismo,
Deixa as luzes da ribalta
Para os que não as acenderam,
Sai de cena, sem ódio,
Sem ambições.
Com a consciência
Do dever cumprido,
Desaparece nos bastidores.
O herói mediano,
Tímido, insignificante
Perante o Poder que derruba
E o que ajuda a construir.
É sempre maior que nós,
Do tamanho da História!
05/02/06
2 Comentários:
Um herói não nos considera vulgares, ele sabe que temos muito valor! M. J. C.
O herói é o Capitão Salgueiro Maia.
O poema inspira-se numa foto que lhe foi tirada no dia 25 de Abril de 74, minutos depois do fim do cerco ao qualquer do Carmo e da rendição do Presidente do Conselho, Prof. Marcello Caetano.
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