domingo, janeiro 22, 2006

Teoria das Vitórias Morais (poema - Janeiro 2006)

Não vitórias morais,
Perde-se ou ganha-se.
Vence-se ou é-se vencido.

Não há derrotas menos más,
Nem vitórias menos boas,
Não há perdas desejadas,
Positivas, nem ganhos
Errados, tangenciais.

Quando se vence,
Vence-se mesmo,
Por pouco ou por muito,
Com mais ou menos convicção.
E a nossa derrota
Nunca pode ser minimizada
Depreciando a vitória
Do parceiro.

A vitória é dos audazes,
Dos lutadores.
A vitória é dos que não desistem,
Mesmo quando os outros
Anunciam a falência de um
Projecto, antes do ponto
De partida.

E o conformismo,
A modorra,
A passividade molenga,
À espera de milagres
É sempre vencida,
Se não pelos fins,
Pelo menos pelos meios.

A vida é um jogo de desafios,
De riscos e inseguranças,
De aventuras ou ousadias.

Num jogo há partidários,
Quem é de um lado não é de outro,
E se não é do outro, tem
Necessariamente de ser
Contra ele.

A neutralidade é uma utopia,
Um refúgio para fragilizados
Ou um argumento para oportunistas.

E em qualquer jogo,
Ninguém se sente feliz
Só por competir,
Ninguém prefere ver
O adversário sair vencedor
Quando podia fazê-lo no
Lugar dele.

Em qualquer jogo não há
Meias derrotas.
Não há vitórias morais.

22/01/06

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Pensamento positivo: não poderias fazer nada para mudar a derrota eminente! Quem podia não o fez! Afinal sempre há coisas que não podemos mudar: será o destino?
M. J. C.

23 janeiro, 2006 14:31  

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