terça-feira, novembro 29, 2005

Breves...desabafos

Hoje não tenho nenhum texto formalmente estruturado para vos apresentar, por isso, deixo-vos com algumas «notas soltas» (o Dr. António Vitorino perdoar-me-á o plágio), num estilo híbrido, entre a reportagem e o diário:

1. Na Escola Secundária Poeta Joaquim Serra (onde andei até Julho deste ano), decorreram hoje as Eleições para a Associação de Estudantes, vencidas com 225 votos pela Lista B (dos Finalistas), contra os 170 da Lista A (constituída maioritariamente por uma turma de 11º Ano). O Conselho Fiscal será partilhado pelas duas listas, tendo sido atribuídos 2 mandatos à vencedora e 1 à restante.
2. A tomada de posse será no próximo dia 15 de Dezembro, à tarde, com o formalismo que a ocasião pede (lol). Deixar-vos-ei depois com algumas imagens desse momento, que mais não seja, marca a minha despedida de um tempo que (apesar de tudo) posso considerar como fabuloso.

domingo, novembro 27, 2005

Frases e Reflexões


Optimista é aquele que acredita que os problemas vão terminar sempre da melhor forma possível e que a vida se gere por um equilíbrio natural perfeito, associado a uma ideia remota de justiça, em que aspectos positivos e negativos se alternam, compensando-se mutuamente de forma a deixar um balanço final animador.


A grande diferença entre o bom e o mau está nos pontos de vista: aquilo que para uns é horrível para outros pode ser fabuloso, sem que em si mesmo, contenha alguma valência especial.

O Silêncio (poema - Novembro 2005)


O silêncio é feito de palavras
Apagadas, tristes e sussurradas
Nas letras baças de um espelho.

Silêncio de velas de papel
E candeeiros de luz,
Silêncio de rochas estaladas
E pérolas do areal,
Silêncio de ideias mortas,
Amachucadas pela força
Bruta das cifras
Que cobrem de barro rude
O cristal frágil dos afectos.

Tenho medo do meu silêncio,
Do nosso silêncio a dois.
Tenho medo do silêncio
Calado nas madrugadas
Das serenatas estragadas
E das flores pisadas,
Tristes documentos
Estagnados de tempo
Que passou.

O Mundo é feito de sonhos
E de esperanças,
E de palavras doces
Caladas, dos apaixonados
Que falam
No silêncio dos lábios selados
Em beijos de amor.

25/11/05

segunda-feira, novembro 21, 2005

Do Alto da Minha Janela (poema- Junho 2005)

Do alto da minha janela
Vejo estrelas e cometas
planetas e sobressaltos
Sonhos que se agitam
Em ânsias de realização.

As pessoas que se misturam
Nas ruas, com os fumos
Dos automóveis barulhentos
São como uma capa negra
E misteriosa
Quem sabe o que existe
Debaixo das fachadas
De pedra estandardizadas,
De um meio sorriso
Utilitário a saber a lágrimas
E a urgência de passar?

Ninguém sabe nem quer saber.
Todos se cruzam e não
Se olham, como os bonecos
De um carrossel no seu frenesim
Eterno, numa alegria infantil
De música de feirante
E sorrisos de criança.

Correm, saltam,
Gritam, andam sem
Saber muito bem para onde,
E no fundo, estão sempre
No mesmo sítio.
Ai, quando se acabar a música?!

Do alto da minha janela
Vejo tudo, as arestas
Das flores,
Os jardins do infinito,
As cestas das rendeiras
E os gritos metálicos
Das varinas
Como buzinas de automóveis
Anunciando uma chegada.

Velhas negras que falam
Nos halos das esquinas,
E os velhos do jardim
Fumando cachimbos de passado
E lendo os jornais
Das suas próprias memórias.

E a correria das crianças,
Com os bibes azuis
E um sorriso apático,
Estalado de betão
E atado com cordas
Feitas de fumo de automóvel
E de tijolo.

Há bêbedos à noite nas vielas
E senhoras enganadoras
Que não enganam ninguém.
Há fúrias de noitada
E aurora de vespertinas
E beatas, caminhando para Igreja,
Rápidas, metálicas,
Como atraídas por um hímen
Que não sabem bem de onde vem.

E os gritos da rádio
De madrugada despontam
Outra empreitada,
O novo dia começa
Na preguiça dos edredões.

Do alto da minha janela,
Vejo tudo,
Os gatos dos telhados,
Os pássaros confinados
A gaiolas de metal
E os cães lazarentos,
Abandonados nas estradas
Em caminho de férias,
Que se misturam
Com les chiens das
Madames bem vestidas,
A cambalear nos saltos altos
De porcelana,
E com a boca fechada,
Sempre muito fechada.
Não vá trai-las
E Virgílio ser afinal
Uma revista cor-de-rosa
Numa cassete de feira
Que toca para suavizar Bethoven
Ou os nocturnos de Chopin.

E há os carros negros
De empresários,
As pastas de estratos
De contas de multinacionais
E lingeries de secretárias
Silenciosas.
Os assessores, os ministros,
Os inspectores,
E todos os outros «ores»
Que não se sabe muito bem
O que fazem,
Mas que recebem sempre
Dois vinténs por fora
Para fazer aquilo
Que seria suposto que fizessem
Porque o contribuinte,
Estripado,
Lhes paga o ordenado.
(Pobre otário!).

Lá longe está a Primavera,
Adiante dos fumos
Furiosos, felizes, dos carros
Das cidades, das varinas e
Das beatas, das crianças
E das pessoas que comuns,
Que passam, passam,
Passam,
Passam umas pelas outras
Eternamente, Indefinidamente,
Como o leito de um caudaloso
Rio, em que a força da torrente
Nos impede de ver a identidade
Que existe em cada gota de água.

Há andorinhas que partem
Dos campanários das Igrejas,
Narram em epopeias
De azul, vitórias
Em terras de África,
Com a pena de Camões.

No alto da minha janela,
Tão alto,
Uma brisa sopra
Quase a desaparecer.

23/06/05

sábado, novembro 19, 2005

Ficaremos Juntos na Praia (poema - Julho 2005)


Ficaremos juntos,
Esquecidos no fundo da praia
Quando as gaivotas do anoitecer
Passarem em murmúrios nos nossos
Olhos de lágrimas.
Ficaremos deitados na areia,
Nas dunas, e na beira das rochas
Salpicadas pelo sal das ondas
E carcomidas pelos moluscos
E os limos.
O Sol que regressa da Epopeia
Cobre-nos carinhoso
Com os seus raios de fim de tarde
E a lua que desponta Para noite de serenata
Canta em coro com os anjos
A nossa canção secreta.
Ficaremos só nós, isolados do Mundo
Porque para quem ama
O Mundo é a pessoa amada
E a solidão a melhor companheira.
21/07/05
(um dia depois da 2ª Fase do Exame de História)
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