terça-feira, dezembro 26, 2006
Mais uma vez o PM apresenta-nos, na mensagem de Natal, um país em trânsito: perdido no abismo, mas no caminho para a Salvação. Provavelmente só mesmo nesta época acreditamos com fervor nessa salvação. Sócrates continua imbatível no sentido de oportunidade.
Mudanças de Ano Novo
Pela primeira vez, prometo a mim mesmo fazer várias mudanças com a passagem do ano. Veremos é se consigo cumpri-las.
sábado, dezembro 23, 2006
Aproximação Etimológica
O pior das insónias é que nos deixam escorregar para o absurdo. Pensamos e escrevemos coisas ridículas, lembramo-nos de cenas pouco a propósito, fazemos gestos monótonos e sem sucesso na tentativa de adormecer. E este blogue, para azar dos leitores, é o repositório de todos estes delírios. Ou não lhe tivessem chamado «Refúgio».
Incoerências
Eu sou incoerente, este blogue é incoerente, todos os meus textos são incoerentes e circulares. Partem de um princípio dúbio para chegarem exactamente ao mesmo ponto sem nenhuma conclusão pelo meio. Não posso prometer-vos mudanças. E nem sequer as prometeria se me fosse possível fazê-las.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Do ser e do parecer
Qualquer pessoa é apenas um elenco de personagens diversas, ligadas por um fio harmónico, que aparecem em cena alternadamente ou em conjunto, consoante o contexto, os interesses visados ou a capacidade interpretativa dos interlocutores.
O Lobo e a pele
Costuma dizer-se: quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele. Prefiro reformular nestes termos: quem quer ser lobo, tem de lhe vestir a pele. E repito isto assim mentalmente, várias vezes, para ver se me convenço e passo a agir em conformidade. Ainda não consegui.
Mudanças
Quando era pequeno começava a contagem descrecente para o Natal ainda no final de Setembro e vivia com particular intensidade a euforia dos presentes e das surpresas. Depois passei a não fazer qualquer contagem, mas captava o espírito próprio da época a algumas semanas de distância, quando estava de férias e já não me tinha que preocupar nem com aulas, nem com testes. Este ano nada disso aconteceu. Estamos a três dias do Natal, mas sinto-me como se vivessemos qualquer época vulgar do ano.
Dizem que as pessoas mudam depressa demais. E começo a ter em mim próprio a confirmação dessa verdade.
Dizem que as pessoas mudam depressa demais. E começo a ter em mim próprio a confirmação dessa verdade.
quinta-feira, dezembro 21, 2006
Impotência
Há uma impotência que nos
Vence, que nos tolhe os movimentos,
Que retrai sorrisos e palavras de pesar.
Uma impotência que se expande
Nos limites da nossa própria acção,
Que se conserva nas memórias,
E depois se projecta nos
Nossos sonhos para os tornar irrealizáveis.
Há uma impotência em cada gesto,
Em cada olhar, uma impotência
Em cada tentativa de esquecer,
Em cada esforço de fazer passar
Tudo o que nos marca
Por qualquer coisa de banal
Ou de irrelevante.
Há uma impotência para apagar
Tudo o que se tornou definitivo.
21/12/06
Vence, que nos tolhe os movimentos,
Que retrai sorrisos e palavras de pesar.
Uma impotência que se expande
Nos limites da nossa própria acção,
Que se conserva nas memórias,
E depois se projecta nos
Nossos sonhos para os tornar irrealizáveis.
Há uma impotência em cada gesto,
Em cada olhar, uma impotência
Em cada tentativa de esquecer,
Em cada esforço de fazer passar
Tudo o que nos marca
Por qualquer coisa de banal
Ou de irrelevante.
Há uma impotência para apagar
Tudo o que se tornou definitivo.
21/12/06
domingo, dezembro 17, 2006
O que é preciso
É preciso ultrapassar os obstáculos,
As dúvidas, os problemas,
É preciso não pensar que o mal está
Sempre atrás da porta,
E que, quando se instala,
Já não nos deixa.
É preciso esquecer tudo o que
Nos incomoda, as pessoas,
Os problemas, as situações
Indesejáveis,
As palavras proferidas em momentos
Pouco oportunos.
É preciso eliminar tudo,
Deitar fora como algo que ocupa
Espaço,
E aceitar que já não se pode
Corrigir nada do que foi feito,
Mas que também não é preciso
Condenarmo-nos eternamente
Por o termos feito.
É preciso pensar que dias
Melhores virão,
Que tudo o que ainda não
Ficou definitivamente encerrado
Pode ser alterado a nosso favor,
E que a última atitude que podemos
Ter perante uma injustiça
É baixar os braços,
Rendermo-nos às evidências
E deixar que a realidade escape aos
Nossos planos
Sem tentarmos travar a marcha
Das desilusões.
É preciso não procurar entender
Por que é que as pessoas se traem,
Se abandonam,
Se tratam superficialmente,
Gravitam em torno de quem
Lhes interessa e depois
Desaparecem em debandada
Quando o castelo começa a ruír.
É preciso não procurar forçar os afectos
E aceitar as rupturas e os abandonos,
É preciso continuar sempre em frente
Com mais ou menos obstáculos,
Maior ou menor apoio,
Ou mesmo que seja sozinhos.
17/12/06
Uma forma de auto-reconforto depois de uma semana para esquecer