domingo, julho 30, 2006

Pausa


O Mythingsricardo fará uma pausa de cerca de uma semana. O tempo suficiente para que "recupere" a minha vontade de escrever, ensaie uma forma de conjugar mais eficazmente este blogue com a participação no "Vicarious-Liability" e proceda a uma avaliação dos temas sobre os quais me posso debruçar (para que os post's não sejam tão espaçados e não caiam no marasmo como tem vindo a acontecer).
Para já deixo-vos uma imagem "sugestiva" e espero que possa contar a continuar com as vossas visitas no regresso!

segunda-feira, julho 24, 2006

Fórmula para a Felicidade

Suma ciência X Suma Potência = Suma Felicidade

Era bom que a felicidade pudesse ter uma fórmula, simples, clara matemática, como a que Eça de Queirós enunciou através da sua personagem «Jacinto» em A Cidade e as Serras. Só assim saberíamos sempre o que fazer, que elemento adicionar para obter a equação perfeita. Assim se esgotaria uma das dúvidas mais agudas da História da Humanidade.

Eternamente Insatisfeitos

Nos últimos dias de aulas, de exames, até de trabalho, fervilha sempre o entusiasmo da aproximação das férias, passam pela cabeça mil coisas que poderemos fazer quando nos livrarmos do "obstáculo", várias vantagens do regresso da liberdade.
Mas quando as férias começam de verdade, aquilo que sentimos é que somos tomados por um imenso ócio: os projectos continuam na gaveta à espera de serem concretizados, mas o entusiasmo mingua, e por isso, a placidez do sofá da sala exerce uma atracção tremenda, que impede pensar noutras coisas.
Desculpem se estou a generalizar, a tomar-me pelo todo. Mas está a passar-se isto exactamente comigo. E nem sequer é novidade.

sábado, julho 22, 2006

Cada Um (Ricardo Reis)

Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
E deseja o destino que deseja;
Nem cumpre o que deseja,
Nem deseja o que cumpre.


Como as pedras na orla dos canteiros
O Fado nos dispõe, e ali ficamos;
Que a Sorte nos fez postos
Onde houvemos de sê-lo.


Não tenhamos melhor conhecimento
Do que nos coube que de que nos coube.
Cumpramos o que somos.
Nada mais nos é dado.

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Para os cultores do «destino»

Quantas vezes podemos cometer o mesmo erro?


a generalidade dos eleitores norte-americanos crê que pelo menos duas. Aliás foi o record que até agora conseguiram bater, elegendo George W Bush como Presidente em 2000 e em 2004.

O momento «Professor Marcelo»

Se pudesse "armar-me" em Prof. Marcelo e classificar, com tanta propriedade como ele, o desempenho dos mais altos responsáveis políticos nacionais, fá-lo-ia do seguinte modo: ao PR daria 17 valores (porque está em "cooperação estratégica", e porque, por vezes, o silêncio rende mais pontos que dizer asneiras); ao governo 16 (porque está a governar bem, excepto alguns atropelos, particularmente evidentes nesta semana): à oposição do PSD 12 (visto que começa a conseguir alguma coerência, mas está muito longe de marcar a agenda política); ao CDS-PP 10 (pela tentativa de recuperação) - se bem que o seu líder esteja ao nível do 4 ou do 5 -. PCP e Bloco de Esquerda seriam passados a "método B"!

Malefícios do «Choque Tecnológico»

domingo, julho 16, 2006

Cooperação Estratégica (ii)

Cooperação Estratégica
Estabilidade Dinâmica

dois dos temas fortes do novo léxico político trazido pela Magistratura Presidencial de Cavaco Silva. A recolha vocabular continua brevemente.

Cooperação Estratégica (i)

Sócrates e Cavaco em colisão no TGV”. Com esta manchete do DN de hoje, o jornalismo português dá provas de continuar a preferir uma certa linha de sensacionalismo bombástico, de manipulação das palavras para traduzirem sensações que ampliam a realidade dos factos e impressionam as consciências.
O título deste periódico, lido à letra, levaria qualquer um a entender que o TGV é o tema de uma acesa controvérsia entre Belém e S.Bento, que primeiro-ministro e Presidente da República se desentenderam publicamente em relação a este ponto; contudo, a realidade é bem menos excitante: Cavaco afirmou que um investimento desta envergadura deveria ser objecto de estudos de viabilidade económica, de sérias ponderações custo-benefício enquanto que hoje o PM declarou que abdicar do TGV seria um erro para o desenvolvimento do país.
Abstraindo completamente do teor dos factos, a mensagem principal que nos fica desta manchete, aponta para o desejo desenfreado da comunicação social em produzir notícia à custa da relação institucional entre a Presidência da República e o Governo, a qual, até aqui não deu quaisquer sinais públicos de conflituosidade. Parece-me que é do interesse de Portugal que assim continue a ser (embora possa não ser do interesse de uma certa comunicação social, do jornalismo das manchetes fáceis e do vender papel).
Uma última nota para desmistificar o conceito de “cooperação estratégica” proposto pelo Presidente Cavaco Silva: naturalmente que cooperar significa abertura de parte a parte, tentativa de entendimento. Não significa consenso forçado, unanimismo retumbado. Divergir é o resultado próprio da relação entre duas pessoas inteligentes, que têm ideias próprias, e certamente contrastantes em muitos pontos. Mas da divergência à colisão vai uma distância que só o desejo de vender notícias pode fazer desaparecer tão facilmente.

Nova Imagem

Porque a anterior parecia já estar a tornar-se muito repetitiva, apresenta-se a nova imagem do Mythingsricardo, mais clara, mais fresca, mais leve, penso que mais adaptada aos tempos de Verão.
E porque a forma não prima sobre ao conteúdo, esperam-se para breve novos e mais completos post's.

sábado, julho 15, 2006

Einstein

O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma.

Relevância das orais

Se o padre morrer imediatamente depois de declarar os noivos marido e mulher, os mesmos estão ou não casados?
Eis um tema relevante, sobre o qual ainda não me tinha questionado, mas que a oral de ontem me fez encarar com profundo entusiasmo e sensação. Afinal as orais podem muitas mais vantagens do que tentar-se obter aprovação numa determinada disciplina ou subir a classificação final.

terça-feira, julho 11, 2006

Vicarious Liability

Vicarious Liability. Em breve, numa blogosfera perto de si.
(http://vicarious-liability.blogspot.com)

segunda-feira, julho 10, 2006

Um regresso (pouco) esperado

domingo, julho 09, 2006

O Quarto Lugar

Naturalmente que, para uma Selecção que participa pela quarta vez no Campeonato Mundial de Futebol, e, apenas pela segunda passa da fase de grupos, o quarto lugar no Alemanha 2006, "conquistado" num jogo frente à selecção anfitriã, não é um mau resultado. Direi até que, atendendo à qualidade intrínsseca de cada uma das equipas que com Portugal transitaram para as meias-finais (Itália, França e Alemanha, todas já vencedoras do Campeonato em edições anteriores), é até o mais natural.
Mas não deixa de ser decepcionante. Primeiro, porque uma vitória moral tem exactamente o mesmo peso que uma derrota (é uma derrota mascarada de vitória, uma forma mais simpática de configurar a realidade); depois porque a relativa falta de empenho, de ambição que vi hoje estampada nos rostos de seleccionador e jogadores portugueses, é no mínimo indigna de todas as prestações anteriores.
Mais uma vez, ficamos à espera de melhor... de preferência não para daqui a 40 anos!

sábado, julho 08, 2006

Teoria das Vitórias Morais (*)

Não há vitórias morais,
Perde-se ou ganha-se.
Vence-se ou é-se vencido.

Não há derrotas menos más,
Nem vitórias menos boas,
Não há perdas desejadas,
Positivas, nem ganhos
Errados, tangenciais.

Quando se vence,
Vence-se mesmo,
Por pouco ou por muito,
Com mais ou menos convicção.
E a nossa derrota
Nunca pode ser minimizada
Depreciando a vitória
Do parceiro.

A vitória é dos audazes,
Dos lutadores.
A vitória é dos que não desistem,
Mesmo quando os outros
Anunciam a falência de um
Projecto, antes do ponto
De partida.

E o conformismo,
A modorra,
A passividade molenga,
À espera de milagres
É sempre vencida,
Se não pelos fins,
Pelo menos pelos meios.

A vida é um jogo de desafios,
De riscos e inseguranças,
De aventuras ou ousadias.

Num jogo há partidários,
Quem é de um lado não é de outro,
E se não é do outro, tem
Necessariamente de ser
Contra ele.

A neutralidade é uma utopia,
Um refúgio para fragilizados
Ou um argumento para oportunistas.

E em qualquer jogo,
Ninguém se sente feliz
Só por competir,
Ninguém prefere ver
O adversário sair vencedor
Quando podia fazê-lo no
Lugar dele.

Em qualquer jogo não há
Meias derrotas.
Não há vitórias morais.

P. D.

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(*) Dedicado à Selecção Nacional de Futebol e à sua prestação no Mundial de Futebol da Alemanha de 2006. Desculpem-me, passaram seis meses mas continuo a não suportar "vitórias morais".

Sísifo (M. Torga: 1907-1995)

Recomeça....
Se puderes Sem angústia E sem pressa.
E os passos que deres, Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
S
ó é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...

sexta-feira, julho 07, 2006

Treinador de Bancada

Ontem um senhor no autocarro vinha a discutir as personalidades que deveriam estar no governo, e aquelas que convidaria se estivesse no lugar do primeiro-ministro. Para além do sentimento de suprema felicidade que senti por aquela dissertação não passar de uma quimera (o nosso estratega político, propunha uma equipa explosiva, que harmonizava comunistas e centristas, com o Franciso Louça na pasta da Administração Interna e socialistas e social-democratas a ocuparem as outras mais relevantes), não deixei de ficar surpreso com a observação.
Normalmente faz-se isso com o futebol, cogita-se que jogadores deveriam entrar em campo, que posição ocupar, qual deve ser a sua organização ou o que poderiam fazer em cada momento para não rematarem ao lado da baliza e marcarem um golo. Mas é a primeira vez que ouço um “típico” treinador de bancada de política.

Perfeição

A perfeição é necessariamente uma ideia dinâmica. Mesmo que atinjas aquilo que, num estádio inferior consideraste perfeito, a tua fasquia não permanecerá ao nível em que então se situava, deslocar-se-á para outros superiores, e, provavelmente, até aí, impensáveis.

Pessoas Medianas

As pessoas superiores discutem ideias, as pessoas medianas factos e as pessoas medíocres a vida e a personalidade dos outros.
Não sei ao certo onde é que ouvi esta frase, mas não deixou de me suscitar uma interrogação, quase em forma de silogismo:
Dizem que para se vencer na vida é preciso ser-se prático.
Ora, as pessoas práticas discutem factos.
Se as pessoas que discutem factos são medianas,
será que só as pessoas medianas vencem na vida?

Dia Aziago

Será que a quinta-feira 13 também tem tradição de ser um «dia aziago«?

FFF

No tempo do Regime Autoritário costumava dizer-se que os temas de grande interesse nacional se reconduziam à “trilogia dos F’s”: Fado, Folclore e Fátima. Tal elenco de assuntos, superficiais, próprios à evasão, desviava as atenções do Estado e do Poder Político, e não deixava de ser agradável para quem o exercia, que procurou, como se sabe, envolver-se sempre em clamores de unanimidade .
Actualmente, em Democracia, parece que muito do que acabei de referir continua a fazer sentido, e pelo menos o futebol de alto nível, permanece de certo modo uma espécie de “ópio do povo”.
Há dois anos, a euforia do EURO 2004, anestesiou os portugueses de todos os acontecimentos relevantes que se foram produzindo nessas três semanas: o resvalar da economia para a crise, a discussão dos líderes europeus em torno da sucessão de Romano Prodi e o convite a Durão Barroso para ocupar o cargo, o qual se veio a concretizar alguns dias mais tarde na demissão do XVº Governo Constitucional, e na posterior decisão do então Presidente, Jorge Sampaio, em convidar Santana Lopes para formar um novo Executivo.
Este ano, em pleno Mundial de Futebol (o quarto em que Portugal participa, e o segundo em que passa da fase de grupos com prestações globalmente positivas) as atenções dos portugueses estiveram praticamente centradas na epopeia da selecção nacional em terras germânicas, e não fosse na quarta-feira passada os franceses estragarem a festa (mais uma vez!), dir-se-ia que, até agora, o clima continuaria a ser de euforia. Entretanto, silenciaram-se os protestos pelo encerramento de maternidades, pelas reformar de fundo em sectores sensíveis, as greves pararam (ou pelo menos deixaram de ter cobertura mediática significativa) e o governo remodelou-se discretamente com a saída de Freitas do Amaral, substituído por Luís Amado, e a entrada de Nuno Severiano Teixeira para Ministro da Defesa Nacional.
Agora que a competição está prestes a terminar, deveríamos voltar à normalidade mediática. Mas entretanto vêem as férias, e em tempo de férias não se pensa em desgraças. Por isso, talvez lá para Setembro, com muita calma, pode ser que os portugueses voltem a ter em mente o que realmente interessa.

quinta-feira, julho 06, 2006

Maquiavel

"A ofensa que se faz a um homem deve ser tal que não se receie depois a vingança".
Um expoente da "amoralidade política" - O Princípe, p. 21

Mensagem do Presidente Francês à Selecção de Futebol


Message de M. Jacques CHIRAC, Président de la République.

Paris, le 5 juillet 2006

J'adresse mes félicitations les plus chaleureuses et les plus admiratives à l'équipe de France pour cette accession en finale du Mondial 2006. Bravo à tous !
Face au Portugal, la France a démontré, avec brio, la force d'une équipe soudée dont la détermination sans faille a permis cette superbe victoire.
Tous les Français sont particulièrement fiers, ce soir et partagent avec les Bleus le bonheur de ce magnifique succès. Les portes de la finale sont devant nous !
Je serai naturellement à Berlin dimanche pour apporter à l'équipe de France, le soutien fidèle et enthousiaste de tous les Français.
Jacques CHIRAC
---
Talvez um pouco exagerada... ou será o mau perder que me faz pensar isso?

O «fado» português

Portugal, para além de estar sempre nos últimos lugares da lista, em todos os indicadores realmente relevantes para a vida nacional, parece que nem noutros aspectos menos relevantes (leia-se, o futebol) consegue fazer uma carreira de sucesso.
A um passo da final do Mundial de 2006, depois de uma prestação positiva e de muitas esperanças empenhadas, mais uma vez «morremos na praia». Cada vez acredito mais que a nossa sina não é vencer. Ter bons desempenhos talvez, fazê-los traduzirem-se em resultados palpáveis, dificimente.
Resta-nos esperar pelo D. Sebastião (como diria Pessoa, quer ele venha ou não!).

segunda-feira, julho 03, 2006

Retroceder

Às vezes gostaria de voltar atrás sabendo o que sei hoje, percebendo como percebo aquilo que correu mal, conhecendo novas formas de evitar os erros. Gostava de voltar atrás para ser, não o que era nesse momento, mas o que sou hoje, depois de todas as adaptações. Certamente teria muito mais hipóteses de acertar.

Desequilíbrios (i)

Todos os desequilíbrios escondem uma certa ideia de harmonia, por vezes muito mais estável do que qualquer equilíbrio ensaiado.

Liberdade - F. Pessoa

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Ferreira Borges

A operação mais solene, mais poderosa, e mais soberana é o acto de legislar; e esta faculdade deve pertencer ao todo em massa, ou por deputação, porque interessa ao todo e a cada um.
In Exame Crítico, p. 11, adaptado.

sábado, julho 01, 2006

Remodelação do Governo

Se há coisa em que não me revejo é nas remodelações governamentais. Concebo o governo como uma equipa coesa e harmónica, com um projecto, uma liderança, e uma repartição de funções construída com base na colaboração e na complementaridade.
Assim, se o governo é algo de uno, assente num princípio de solidariedade e responsabilidade partilhada/escalonada, é exigível que, a não ser que circunstâncias excepcionais ditem o contrário, a equipa que iniciou funções com a investidura pelo PR, seja a mesma a responder pela sua actuação aquando da respectiva exoneração.
De todos os corolários que se podem extrair deste paradigma, alguns dos que me parecem mais lógicos são os seguintes:

§ Quem não se considere em condições de desempenhar funções no Governo pelo período que corresponda ao seu “mandato”, não deve aceitar o convite para integrar a equipa. Eis um princípio de transparência e ética política que evitaria muitas saídas inoportunas, justificadas por “cansaço” ou “razões familiares”;

§ Por outro lado, quem não se revir na orientação ideológica e programática do chefe da equipa – o primeiro-ministro – também não tem nenhum motivo para aceitar integrá-la (se assim tivesse pensado o Prof. Campos e Cunha tinha evitado a sua substituição há um ano atrás, e sabe-se que a mudança do Ministro das Finanças nunca é saudável, sobretudo para um Executivo que anuncia medidas restritivas nessa área);

§ A saída antes de tempo, de um Ministro que esteja a desempenhar as suas funções no quadro do programa do Governo para aquele sector e seguindo as orientações do
primeiro-ministro e do Conselho de Ministros, também parece inaceitável. Portugal tem de se desabituar da “caça aos bodes expiatórios”, de tentar fazer rolar cabeças para fingir que as coisas mudam e tudo ficar na mesma. Na política e na sociedade civil, é bom que cada um se habitue a assumir as suas próprias responsabilidades, e que o colectivo não se furte às suas, quando elas não meramente individuais.

Na Meia-Final

Como aconteceu há 40 anos, Portugal está pela segunda vez, na História das suas parcas participações em Campeonatos Mundiais de Futebol, nas meias-finais da competição.
Independentemente do que acontecer na próxima quarta-feira, frente à França ou ao Brasil, estaremos entre os quatro primeiro classificados, e isso, por si só, apesar não ser própriamente fantástico (continuo a partilhar da opinião de que o resultado verdadeiramente bom em qualquer concurso é ficar em 1º lugar) não deixa de ser bastante positivo.
E se mais nenhuma utilidade tiver para o país este facto (e na realidade, se formos a ver com rigor não tem mesmo) pelo menos que sirva para quebrar esta falta de auto-estima crónica dos portugueses, este sentimento de incapacidade patológico, acompanhado de uma veneração por vezes doentia dos cânones estrangeiros, como se estes constituissem modelos rígidos de perfeição.
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